A revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios, publicou em setembro de 2019 matéria sobre o artigo “Want to Boost the Global Economy by $5 Trillion? Support Women as Entrepreneurs”, do Boston Consulting Group (BCG) sobre quanto promover a igualdade de gênero pode gerar por ano na economia global. A conclusão? Até US$ 5 trilhões por ano.
Segundo o estudo, se homens e mulheres participassem igualmente da criação de novos negócios, o Produto Mundial Bruto (PMB) poderia crescer de 3% a 6%, o que representaria um incremento de US$ 2,5 a US$ 5 trilhões na economia.
A estimativa foi baseada no número de novos empregos que seriam criados caso as mulheres tivessem os mesmos incentivos que os homens para empreender.
A análise mostrou que as empresas criadas por mulheres atraem, em média, metade dos investimentos comparadas às organizações fundadas por homens. O público masculino também tem acesso mais amplo a redes que os orientam a escalar de forma eficiente seu negócio.
Para chegar a esse resultado, o BCG analisou os indicadores divulgados pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e pelo Banco Mundial. O artigo utilizou uma amostra de 73 países, incluindo o Brasil.
A região mais beneficiada seria a Ásia-Pacífico, cuja economia seria impactada com um incremento de US$ 1,7 trilhão.
Logo em seguida viria a Europa, com crescimento estimado em US$ 1,3 trilhão.
Em terceiro lugar, estaria a América do Norte, com previsão de aumento de até US$ 800 bilhões no PIB da região.
E, por fim, na América Latina, o crescimento previsto chegaria a US$ 300 bilhões.
Contexto atual
O BCG também trouxe dados referentes ao impacto da idade na vida das empreendedoras. Em todas as regiões, o índice de homens em idade ativa que iniciam novos negócios é de 4% a 6% maior que o de mulheres na mesma faixa etária.
A longevidade de empresas também varia de acordo com o gênero de seu fundador.
Nesse quesito, há regiões com mais disparidades que outras. Na América Latina, por exemplo, empresas criadas por mulheres têm uma probabilidade 11% menor de sobreviver por mais de 3,5 anos quando comparadas às fundadas por homens; no Oriente Médio e no Norte da África, esse índice chega a 50%. A única região em que as mulheres superam os homens nesse quesito é a América do Norte.
O artigo trouxe alguns insights que fogem da tendência global. Quatro países – Vietnã, México, Indonésia e Filipinas – tiveram mais mulheres que homens lançando startups em 2016.
Além disso, na metade dos países estudados, a lacuna entre gêneros no empreendedorismo está diminuindo, com destaque para Turquia, Coreia do Sul e Eslováquia. No entanto, a disparidade aumenta em 40% dos países analisados. Esse movimento é mais evidente na Suíça, no Uruguai e na África do Sul.
Políticas
Com o intuito de minimizar os impactos da disparidade entre gêneros, o artigo sugere a criação de redes de apoio para o empreendedorismo feminino. Um dos exemplos é o projeto da Fundação Cherie Blair para Mulheres. Realizada na Nigéria, iniciativa facilitou o acesso de empreendedoras a investimentos e capacitação. O lucro das empresas participantes cresceu, em média, 31%.
O artigo também propõe que essas novas redes sejam amparadas por três princípios: propósito, inclusão e interação. Isso significa que as redes de incentivo deverão pensar em como poderão promover diversidade, facilitar o diálogo entre lideranças e contribuir efetivamente para que mulheres tenham maior acesso aos capitais humano, financeiro e social.
Fonte: Pequenas Empresas, Grandes Negócios